Sunday, September 18, 2016

Teste da DMS de Fisher para comparação de médias

Se a análise de variância resultou em um valor de F significante, o pesquisador busca um teste post hoc com a finalidade de saber quais são as médias que diferem entre si. Foram propostos diversos desses testes que, em geral, levam o nome de seus autores. O mais antigo é o LSD (least square difference) de Fisher que, em português, se chama DMS (diferença mínima significante) de Fisher.
Para fazer esse teste, é preciso obter, primeiramente, as médias de grupos. Depois, é preciso estabelecer o nível de significância e calcular a LSD (ou DMS) de Fisher:
em que t é um valor associado ao nível de significância estabelecido e aos graus de liberdade do quadrado médio do resíduo da análise de variância, QMR é o quadrado médio do resíduo da análise de variância e r é o número de repetições de grupos.
EXEMPLO
Para entender como se faz o teste LSD de Fisher, imagine um ensaio clínico para comparar o efeito de cinco drogas na diminuição da pressão arterial. Para fazer esse ensaio, um médico convidou 30 pacientes, que decidiram participar. Dividiu então os participantes em seis grupos de cinco e designou, ao acaso, placebo para um dos grupos  e as  drogas em teste para os outros cinco grupos. 
A Tabela 1 apresenta a diminuição da pressão arterial no período do ensaio, isto é, a diferença entre a pressão arterial do início e do final. Esses dados foram submetidos à análise de variância e os resultados da análise estão na Tabela 2.


Tabela 1. Diminuição da pressão arterial, em milímetros de mercúrio, segundo o tratamento

Tabela 2. Análise de variância


Como o teste F resultou significante, as médias dos dados da Tabela 1 podem ser comparadas usando o teste LSD de Fisher. Ao nível de significância de 5% e com 24 graus de liberdade, t=2,064.  O quadrado médio do resíduo da análise de variância é QMR=36,00 e número de repetições de grupos é r=5. Agora, é fácil calcular a LSD, que em português fica sendo diferença mínima significante:
Para que a diferença entre duas médias possa ser considerada significante, deve ser no mínimo igual à dms=7,83. Podemos então organizar as médias como mostra a Tabela 3. Alguns programas de computador adotam esse tipo de saída.
Comparamos todas as médias, duas a duas (pairwise comparisons), como mostra a Tabela 3. Assinalamos, com um asterisco, todas as diferenças significantes de médias, aplicando o teste LSD de Fisher. Agora você pode escrever as conclusões.                        

Tabela 3-Comparação de médias, duas a duas (pairwise comparisons), pelo teste LSD de Fisher



3 comments:

Luis Palhares said...

Muito bom o texto da Profa. Sônia Vieira. Aliás, todos os textos dela são muito bons para explicar, de forma que um iniciante entende o recado.
Valeu por mais este texto Profa !!!!

Grazi Ruas said...

Professora obrigada pelo seu blog, conteúdo de máxima qualidade. Tem me ajudado muito! Obrigada

Sonia Vieira said...

Obrigada, tanto para Luis como para Grazi. Vocês dão o incentivo para eu continuar.