Saturday, February 08, 2014

Pesquisa qualitativa? Pesquisa quantitativa?

A ciência é tanto um corpo estabelecido de conhecimentos como um processo em constante evolução. Faz parte da ciência a busca da verdade por meio dos processos de investigação, de teste, de avaliação. A ciência é, portanto, mutável e a busca da verdade, embora exija atitude crítica e racional, se faz por tentativa e erro. A pesquisa científica é, portanto, falível.

Pesquisa é um procedimento sistemático de investigação feita para rever ou ampliar o conhecimento existente descobrindo novos fatos, discutindo novas formas de pensar, retificando antigas conclusões, desenvolvendo novas tecnologias, estabelecendo novas teorias.

Mas qual seria a melhor maneira de fazer pesquisa? Alguns pesquisadores tentam contrapor a pesquisa qualitativa à pesquisa quantitativa, buscando, às vezes, estabelecer a superioridade de uma sobre a outra. Numa visão mais ampla, essas duas formas de pesquisar devem ser vistas como complementares porque têm a mesma finalidade:  buscar a verdade por meio de caminhos que, embora possam ser diferentes, se cruzam e se completam. E a busca da verdade, que é o ofício do pesquisador, não se faz pela profecia. Ao contrário, exige uma atitude ética e muito envolvimento profissional.

A pesquisa qualitativa não é uma mudança radical na maneira de fazer ciência, embora alguns pesquisadores dessa área pensem assim. É verdade que, para o estudo de realidades pouco conhecidas, os planejamentos pouco estruturados das pesquisas qualitativas são adequados, mas se já existe conhecimento acumulado sobre determinado tema, uma pesquisa pouco estruturada resultaria em perda de tempo (para o pesquisador e para os participantes da pesquisa) – e seria de nenhuma profundidade.

Alguns pesquisadores da área qualitativa consideram que não é necessário fornecer detalhes sobre o local ou sobre o procedimento de suas pesquisas, embora isso seja exigência da Resolução 466/12 do CNS-MS. No entanto, ninguém inicia uma coleta de informações sem qualquer idéia orientando seus passos. Um pesquisador, quando escolhe um campo (local) para sua pesquisa, seja uma comunidade ou uma instituição, o faz com algum objetivo e algumas questões em mente, compatíveis com a própria profissão. Pode, portanto, explicar para onde vai e a que vai, mesmo que depois precise fazer alguns ajustes.

Um pesquisador da área qualitativa analisa textos e não números – pelo menos no primeiro momento.  Não define, portanto, variáveis para analisar nem propõe hipóteses. Mas precisa escrever um projeto. Afinal de contas, a total ausência de diretrizes e critérios para a coleta de informações resulta sempre em excessos ou insuficiência e, posteriormente, em dificuldade de interpretação. Mas vamos ver aqui, rapidamente, as diferenças entre a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa.



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