A ciência é
tanto um corpo estabelecido de conhecimentos como um processo em constante evolução.
Faz parte da ciência a busca da verdade por meio dos processos de investigação,
de teste, de avaliação. A ciência é, portanto, mutável e a busca da verdade, embora
exija atitude crítica e racional, se faz por tentativa e erro. A pesquisa
científica é, portanto, falível.
Pesquisa é um procedimento
sistemático de investigação feita para rever ou ampliar o conhecimento
existente descobrindo novos
fatos, discutindo novas formas de pensar, retificando antigas
conclusões, desenvolvendo novas tecnologias, estabelecendo novas teorias.
Mas qual seria a
melhor maneira de fazer pesquisa? Alguns pesquisadores tentam contrapor a
pesquisa qualitativa à pesquisa quantitativa, buscando, às vezes, estabelecer a
superioridade de uma sobre a outra. Numa visão mais ampla, essas duas formas de
pesquisar devem ser vistas como complementares porque têm a mesma finalidade: buscar a verdade por meio de caminhos que,
embora possam ser diferentes, se cruzam e se completam. E a busca da verdade,
que é o ofício do pesquisador, não se faz pela profecia. Ao contrário, exige
uma atitude ética e muito envolvimento profissional.
A pesquisa
qualitativa não é uma mudança radical na maneira de fazer ciência, embora
alguns pesquisadores dessa área pensem assim. É verdade que, para o estudo de
realidades pouco conhecidas, os planejamentos pouco estruturados das pesquisas
qualitativas são adequados, mas se já existe conhecimento acumulado sobre determinado
tema, uma pesquisa pouco estruturada resultaria em perda de tempo (para o
pesquisador e para os participantes da pesquisa) – e seria de nenhuma
profundidade.
Alguns
pesquisadores da área qualitativa consideram que não é necessário fornecer
detalhes sobre o local ou sobre o procedimento de suas pesquisas, embora isso
seja exigência da Resolução 466/12 do CNS-MS. No entanto, ninguém inicia uma
coleta de informações sem qualquer idéia orientando seus passos. Um pesquisador,
quando escolhe um campo (local) para sua pesquisa, seja uma comunidade ou uma
instituição, o faz com algum objetivo e algumas questões em mente, compatíveis
com a própria profissão. Pode, portanto, explicar para onde vai e a que vai,
mesmo que depois precise fazer alguns ajustes.
Um pesquisador
da área qualitativa analisa textos e não números – pelo menos no primeiro
momento. Não define, portanto, variáveis
para analisar nem propõe hipóteses. Mas precisa escrever um projeto. Afinal de
contas, a total ausência de diretrizes e critérios para a coleta de informações
resulta sempre em excessos ou insuficiência e, posteriormente, em dificuldade
de interpretação. Mas vamos ver aqui, rapidamente, as diferenças entre a
pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa.
No comments:
Post a Comment