Para fazer uma análise de
variância, é preciso pressupor que os erros são variáveis aleatórias
independentes. Em geral, a
independência é determinada apenas pela maneira como os dados são coletados 1.
Por exemplo, se você observa cobaias da mesma gaiola ou pessoas residentes na mesma casa, não pode considerar que os erros das observações são independentes. Outro exemplo: se você obtém durante diversas semanas medidas na mesma pessoa para estudar o efeito de uma droga terapêutica ao longo do tempo – também não pode considerar que os erros das medidas são independentes.
Qualquer medida obtida em
uma unidade em determinado instante (yi+1) está, necessariamente, correlacionada com a medida feita anteriormente nessa mesma unidade (yi). Medidas feitas em unidades agrupadas também estão, muito frequentemente, correlacionadas. É o que se chama correlação serial.
Quando os erros são dependentes porque foram tomadas observações na mesma unidade ou em unidades agrupadas, o resultado da análise de variância fica comprometido 2.
Portanto, diante
de qualquer suspeita de não independência dos erros – é essencial proceder à análise dos
resíduos. Desenha-se um gráfico dos
resíduos padronizados contra a ordem (no tempo ou no espaço) em que as
observações foram coletadas. Se a
pressuposição de independência estiver satisfeita, os resíduos padronizados devem
ficar dispersos em torno de zero (sem um padrão definido).
EXEMPLO
Veja a
Tabela 1 onde, além dos dados, está a ordem em que eles foram tomados. As médias de
grupos estão no rodapé da tabela e a análise de variância está na Tabela 2. O quadrado médio do resíduo é 7,00. Os resíduos padronizados são obtidos pela fórmula:
Tabela 1 - Exemplo de independência
Tabela 2 - Análise de variância (ANOVA)
Os resíduos padronizados dos dados apresentados na Tabela 1 estão na Tabela 3. Verifique que são os valores apresentados
no diagrama de dispersão da Figura 1.
Tabela 3 - Resíduos padronizados
EXEMPLO
Se
os resíduos tiverem clara correlação com a ordem de tomada dos dados como é o
caso do exemplo apresentado na Figura 2, não se pode pressupor independência.
Figura 2 - Exemplo de não-independência
A análise de
resíduos é extremamente útil, mas é gráfica. Isto significa que não se pode
associar um nível de probabilidade à conclusão de que os erros não são
independentes. Mas a pressuposição de independência pode ser transformada em
hipótese e essa hipótese pode ser colocada em teste. Quando existe forte
suspeita de não independência (de que, por exemplo, um aumento dos valores está
correlacionado com a ordem em as observações foram feitas), pode-se aplicar um
teste estatístico como, por exemplo, o teste de Durbin Watson.
1.
SCHEFFÉ,
H. The analysis of variance. New York :
Wiley, 1959.
2. Does your data violate
one –way ANOVA assumptions?
https://quality-control-plan.com/StatGuide/oneway_anova_ass_viol.htm
No comments:
Post a Comment