As entrevistas qualitativas permitem estudar aspectos da vida sobre o
quais o entrevistador tem experiência e considerável interesse. E é só assim
que a entrevista pode fornecer pormenores da visão de mundo do entrevistado. O
entrevistador esboça o quadro rascunhando algumas poucas questões – e espera
pacientemente as respostas para completar cada entrevista.
É preciso que o
entrevistador esteja consciente de que
deve buscar as opiniões, as ideias, os sonhos, a vivência do entrevistado. Sua obrigação é ouvir.
Não pode, portanto, entabular conversa e muito menos começar uma discussão. O
que importa é entender a “verdade” do entrevistado. E - para isso - é preciso maturidade e considerável percepção, além de saber tratar as pessoas.
A análise das informações levantadas nas entrevistas face a face é difícil, porque o volume de respostas é muito grande e a forma de registro não é planejada previamente. A análise exige, portanto, grande esforço. O pesquisador precisa expor o pensamento de cada participante com muito cuidado, buscando a consistência. E é sempre recomendável que, terminado o trabalho, o pesquisador possa propor tópicos para novas pesquisas.
As entrevistas face a face permitem maior compreensão das opiniões do entrevistado. No entanto, como entrevistar por telefone
ou pela internet é fácil e barato, o procedimento fica muito tentador – apesar
do sacrifício da confiabilidade e validade das informações.
A grande vantagem das entrevistas qualitativas é
o fato de trabalhar
questões de valores e não se limitar às variáveis predefinidas. A grande
desvantagem está na possibilidade de viés das respostas - mesmo que o entrevistador seja muito bem treinado. Mas a desvantagem sempre trazida à baila pelos
críticos é, sem dúvida, o fato de a pesquisa qualitativa não ser
respeitada pelos pesquisadores que poderíamos chamar de “clássicos”.
Finalmente, cabe sempre lembrar que as entrevistas face a face têm a vantagem, sobre as pesquisas feitas com grupos focais, de
não ter a opinião de alguns dos participantes influenciando a opinião de outros
– como sempre acontece na discussão de grupos.
Mas a pesquisa por meio de grupos focais é a opção para o pesquisador que
quer muita informação de muitas fontes. Só que neste caso, já no projeto, o
pesquisador deve mostrar que tem espaço físico onde coordenar a reunião e verba
para locomoção e lanche dos participantes, além da possibilidade de análise.
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