A palavra Estatística
está associada à ideia de “coleção de números”. Mas não se coletam números
apenas para armazená-los: eles são usados na tomada racional de decisão. Por
exemplo, uma emissora de televisão tira do ar programas por causa de
baixos índices de audiência; um candidato a cargo eletivo muda o discurso ou o
modo de vestir por conta da opinião pública; um supermercado aumenta ou diminui
o estoque de determinado produto com base na quantidade vendida, e assim por
diante.
Os métodos de Estatística
fornecem, portanto, condições para responder diversos tipos de perguntas. Pense
um pouco:
·
Como alguém sabe se precisa ou não perder peso?
·
Qual é a maior cidade do Brasil?
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Fumar faz mal à saúde?
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A temperatura no mundo está aumentando?
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Escovar os dentes previne cáries?
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Como se conhece o efeito de um anestésico?
·
Machado de Assis usava poucos adjetivos?
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Por que os motoqueiros precisam usar capacete?
·
Os alimentos transgênicos são mais nutritivos?
Veja a primeira
pergunta, pense mais e decida: será que alguém usa Estatística para saber se
precisa ou não perder peso? Afinal, você concorda que, se a preocupação for
saúde, basta consultar uma tabela ou um profissional da área. Mas é aí que
entra a Estatística: como se constroem tabelas ou como um médico pode saber
quanto deve pesar determinada pessoa? De onde se tira a informação de que determinados valores são normais?
A variabilidade é
muito grande. As pessoas vêm em cores, gêneros, pesos e tamanhos sortidos. Mas
o fato é que buscamos entender o que nos faz parecidos e o que nos faz
diferentes. Buscamos entender porque nós, humanos, variamos tanto e buscamos
estabelecer os limites razoáveis para essa variabilidade. Então precisamos da
Estatística para conhecer médias, medir variabilidade e estabelecer limites de
confiança.
Alguns profissionais
dizem, enfaticamente, que sabem tudo que precisam saber para exercer suas profissões
porque têm experiência. Mas só experiência não basta: é preciso, além de
experiência, informações advindas de aulas, congressos, livros, artigos – ou
seja, informações obtidas de pesquisas.
No caso do exemplo,
existem pesquisas que buscam estabelecer o peso das pessoas em função de
diversos fatores como idade, altura, sexo, tipo físico etc. É feito um levantamento
de dados. Os dados coletados
devem ser organizados e analisados. Para isso, é preciso Estatística, porque Estatística é a ciência que fornece os princípios e a metodologia para coleta,
organização, resumo, análise e interpretação de dados.
Muita gente, porém,
não acredita em estatísticas, como bem mostra a frase irônica que atravessou
séculos: “Existem mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas”1.
A afirmativa encontra eco porque fala do poder de persuasão dos números e expõe
a tendência que as pessoas têm de desacreditar estatísticas se elas não apoiam
suas convicções. Mas são mais facilmente enganadas as pessoas que confiam apenas
na retórica. Aprenda Estatística.
1 A frase, de autor incerto, em inglês,
é“Lies, damned lies and statistics”.
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