Resolução é a menor variação que pode ser indicada por um instrumento de medição. Por exemplo, em uma fita métrica comum, as marcações vão de 1 cm em 1 cm — portanto, sua resolução é de 1 cm.
Por definição, resolução é o menor incremento mensurável, isto é, a
menor diferença capaz de alterar a leitura do instrumento. Se você tentar medir
o diâmetro de um buraco de fechadura com uma fita métrica, provavelmente obterá
sempre o mesmo valor, mesmo após 100 tentativas. Isso ocorre porque a resolução
da fita não é suficiente para detectar variações tão pequenas.
Dois exemplos:
- Se o instrumento mede em passos de 1 unidade, qualquer valor entre 6,5 e 7,5
será registrado como 7.
- Se mede em passos de 2 unidades, qualquer valor entre 7 e 9 será lido como 8.
(X ± ∆X) unidade
em que X
é a melhor estimativa da grandeza e ∆X é a incerteza associada. Isso significa
que, se repetirmos a medição nas mesmas condições, o resultado provavelmente
estará entre:
(X - ∆X) e (X + ∆X)
Na
avaliação da incerteza de uma única medição, a resolução do instrumento
utilizado é determinante. Por exemplo, saber apenas que um recém-nascido mede
50 cm não basta. Mas se soubermos que a régua usada tem divisões de 1 cm,
podemos dizer que o comprimento está entre 49,5 cm e 50,5 cm. A medição deve
ser escrita assim:
(50,0 ± 0,5) cm
Nesse caso, a incerteza é explicitada: 0,5 cm para mais ou para menos.
A incerteza decorre exclusivamente da limitação do instrumento, supondo
que ele esteja devidamente calibrado. Essa é uma incerteza tipo B — não
calculada com estatística (como o desvio padrão), mas com base no instrumento.
Agora considere a massa do recém-nascido. Suponha que a menor divisão da
balança seja 10 g (0,01 kg). Se a leitura foi 3,54 kg, podemos afirmar que o
valor está entre 3,535 kg e 3,545 kg. Assim, escrevemos:
(3,540 ± 0,005) kg
Na expressão X ± ∆X, o valor ∆X é a incerteza absoluta. A incerteza
relativa mostra quão significativa é essa incerteza em relação ao valor
medido:
incerteza relativa = ∆X / X
Para
expressar em porcentagem, multiplicamos por 100:
incerteza relativa (%) = (∆X / X) × 100
Exemplo: o velocímetro de um carro tem marcações de 2 km/h. Se a leitura for 60 km/h:
- Incerteza absoluta = 1
km/h (metade da menor divisão)
- Incerteza relativa =
(1 / 60) × 100 = 1,67%
A incerteza relativa não tem unidade e permite comparar medições de grandezas
diferentes.
Outro exemplo: qual medição tem maior incerteza relativa — comprimento ou massa
do recém-nascido?
- Comprimento: (0,5 / 50,0) × 100 = 1,00%
- Massa: (0,005 /
3,540) × 100 ≈ 0,14%
Logo, a medição do comprimento tem maior incerteza relativa.
Essas definições valem tanto para a incerteza tipo B quanto para a tipo A
(estatística).
Exercícios
1. Altura de uma criança: leitura 80 cm. Incerteza?
2.Temperatura com termômetro graduado
de 2°C. Leitura: 38°C. Incerteza?
Respostas
1. (80 ± 0,5) cm → 0,625%2. (38 ± 1) °C → 2,63%
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