Quando se lança uma moeda uma única vez, sair cara ou coroa é obra
do acaso. Saída de cara ou coroa no lançamento de uma moeda é , portanto, uma variável
aleatória. Como só existem dois resultados possíveis, dizemos que a variável é binária. A probabilidade de ocorrer cara é p = ½ e a probabilidade de ocorrer coroa é q = ½.
Imagine que uma moeda foi lançada muitas e muitas vezes, digamos n vezes. Nessas jogadas todas ocorrerá um certo número de caras, que indicaremos por X. Essa nova variável também é aleatória. Afinal, o número de caras que podem ocorrer quando lançamos uma moeda n vezes também é obra do acaso.
Podemos calcular a probabilidade de, em n jogadas, X ser zero, 1, 2, ..., n. Temos então uma distribuição, porque todos os valores de X estão associados a probabilidades. Essa distribuição se chama binomial, porque cada lançamento da moeda só pode resultar em uma de duas possibilidades: ou sai cara, ou sai coroa.
Obrigatoriamente:
A probabilidade de ocorrer
qualquer valor de X é igual ou maior que zero – não pode
ser negativa.
A soma das probabilidades de ocorrer todos os valores possíveis de X é igual a 1.
Para estudar a distribuição da variável aleatória X, vamos estabelecer que em cada lançamento da moeda, se ocorrer coroa, X = 0 e se ocorrer cara, X = 1. Você compreende assim o que é um dígito binário o binary digit, que deu origem ao termo bit. (É "sim" ou "não", está aceso ou apagado)
Vamos voltar ao jogo de moedas e estabelecer, primeiramente, que o número de lançamentos será n = 1.
Os valores que podem ser assumidos pela variável aleatória X com as respectivas probabilidades
estão na Tabela 1.
Tabela
1 – Distribuição binomial com n = 1 e
p = ½
Vamos agora considerar que a moeda é lançada n = 2 vezes. Os valores que podem ser assumidos pela variável
aleatória X com as respectivas
probabilidades estão na Tabela 2.
Tabela
2 – Distribuição binomial com n = 2 e
p = ½
Se a moeda for lançada n
= 3 vezes, os valores que podem ser assumidos pela variável aleatória X com as respectivas probabilidades estão
na Tabela 3.
Tabela 3 – Distribuição binomial com n = 3 e p = ½
Para
estabelecer uma linha de raciocínio, observe as tabelas 1, 2 e 3. Veja que:
· Se n
= 1, a variável aleatória assume valor zero ou 1.
· Se n =
2, a variável aleatória assume valor zero, 1 ou 2.
· Se n
= 3, a variável aleatória assume valor zero, 1, 2 ou 3.
É razoável estender o raciocínio e admitir que, fixado um valor
para n, a variável aleatória X pode assumir qualquer valor entre zero
e n, inclusive.
Para
cada valor que pode ser assumido pela variável aleatória X, as tabelas 1, 2 e 3 também apresentam a respectiva probabilidade.
Por extensão, podemos considerar que, fixado o valor de n, é possível calcular a probabilidade de a variável aleatória X assumir qualquer valor inteiro entre
zero e n.
Vamos
aceitar, sem demonstração, que a probabilidade de X assumir um determinado valor x
é dada pela fórmula:
Para aprender usar esta fórmula, vamos fazer n = 4. Quando uma
moeda é lançada 4 vezes, podem ocorrer zero, 1, 2, 3 ou 4 caras. Usando a
fórmula, vamos calcular a probabilidade associada a cada um desses valores.
Então:
Vamos colocar estes resultados
na Tabela 4.
Tabela 4 – Distribuição com n = 4 e p = ½
Características da distribuição binomial
· São n eventos idênticos (ou n ensaios, ou n tentativas)
· Cada evento só pode resultar em um de dois resultados, identificados como “sucesso” e “fracasso” – com valores 1 e zero, respectivamente
· A probabilidade de sucesso (ocorrer o evento de interesse) é p em todos os eventos.
· Os eventos são independentes: o resultado de um evento não tem efeito sobre o resultado de outro
· O número de sucessos em n eventos é a variável aleatória X.
Parâmetros da distribuição binomial
1) n, isto é, o número de eventos (por exemplo, se uma moeda for lançada dez vezes)
2) p, isto é, a probabilidade de sucesso em uma tentativa (por exemplo, sair cara quando se joga uma moeda).
Lembre-se de que:
n =
número de tentativas
x =
número de sucessos
p =
probabilidade de sucesso
!
indica fatorial, em uma análise combinatória
Análise combinatória
Se n é um número inteiro
positivo maior do que zero, por definição, fatorial de n,
que se indica por n! é dado por:
n!
= n (n – 1) (n – 2)…1.
O fatorial de 5 é, portanto:
5!
= 5 × 4 × 3 × 2 × 1 = 120.
O desenvolvimento de um fatorial pode
ser interrompido antes de chegar ao número 1, desde que se coloque o símbolo !
que indica o fatorial, logo após o último número. Escreve-se:
5!
= 5 × 4 × 3!
porque
3!
= 3 × 2 × 1.
O fatorial de zero, que se indica por
0! é, por definição, igual a 1.
Dado um conjunto de n elementos, onde n > 0 e dado o número x £ n, combinação
de n, x a x, é indicada por:
Esta fórmula dá o número de diferentes
conjuntos de x elementos que podem ser formados com n elementos
distintos.
Seja n = 5 e x = 3.
Então a combinação de 5, 3 a
3 é:
Convém observar que:
Na próxima postagem, vamos dar exemplos. Veja
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